Qual emoção predomina na sua organização?
Inspirado no meu texto anterior sobre inovação (se você não o leu, confira em https://www.eduseidenthal.com/blog/2018/8/15/voc-realmente-est-a-fim-de-inovar-mesmo-mesmo, resolvi mergulhar, nesta semana, nas emoções.
Tenho comprovado, nestes 10 anos de EUpreendedorismo, como, na grande maioria, nós podemos ser chamados de “analfabetos emocionais”. Aliás, no meu caso, fui alfabetizado em relação ao que sinto somente no ano passado, por meio da formação em Coaching Ontológico, pela Newfield Network (Programa ACP).
Afirmo isto, pois, quando perguntamos uns aos outros “Como você está?”, as respostas comuns são: “Bem” “Mal”, “Na Correria...” ou “Não tenho conseguido nem dormir ou almoçar!”. De fato, não passamos muito disso, a não ser depois de uns drinks a mais ou quando a situação está num ponto tão insustentável que o papo se aprofunda... E, nessa hora, as histórias e as emoções afloram!
Se isso ocorre na dimensão dos indivíduos, imagine no campo coletivo de uma organização? Com centenas desses mesmos indivíduos interagindo, a partir de uma cultura de proteção e controle, na qual nada pode sair do esperado, para o “orçamento compromissado” (Budget) não correr riscos, como você imagina que sua organização tem lidado com as emoções?
Agora! No exato momento em que lê este texto, como está a emoção da sua equipe? Do seu andar? O que você sente andando pelos corredores? No café? Nas reuniões de liderança?
Se você está achando este texto muito sentimental, posso assegurar o seguinte, meu caro ou minha cara... Tanto Emotion como Emoção têm uma clara ligação com Motion ou Ação, na raiz das palavras. Ou seja, o que você sente tem direta relação com a ação tomada neste exato instante ou na sua vida. E o que mais você quer, no meio da crise, é a ação da sua equipe. E espera que todos saiam da inércia, não é mesmo?
Infelizmente, no mundo corporativo, as emoções foram “abafadas”, praticamente suprimidas. Por isso, grande parte das pessoas que você e eu conhecemos pede desculpas ao se emocionar perante os colegas de trabalho. Que loucura, não é mesmo?
Nos últimos anos rolou a onda da inteligência emocional, impulsionada por Daniel Goleman... Agradeço muito a contribuição desse trabalho, pois fomos a outro patamar de entendimento cognitivo. Mas, além de utilizar um conceito ou frase de efeito, o que as pessoas têm feito, na prática, para aprender sobre o mundo emocional?
Um líder precisa ter inteligência emocional. Beleza! Concordo plenamente. Mas como fazer isso? Para onde ir? Que curso fazer?
Na minha experiência, a partir de centenas de Team Buildings que facilitei nesses anos, o MEDO é um estado emocional muito presente nas organizações. Paralelamente, essas mesmas organizações clamam por inovação e criatividade, para sair da mesmice e efetivamente mudar o jogo. Mas como?
O medo se traduz, muitas vezes, por tensão corporal altíssima (estresse), respiração curta (por isso, Mindfulness, por exemplo, tem feito tanto sucesso!), tudo estruturado para que a pessoa esteja em alerta constante, para que nada saia do controle! E, também, gera uma disposição à paralisia ou ao recuo...
Assim, como uma pessoa da sua equipe reage diante do medo? Ela pode se mostrar vulnerável e pedir ajuda? Como sair da apatia?
Por isso, acredito tanto em um trabalho constante nas organizações, em diferentes linhas de desenvolvimento, inclusive a emocional.
Sua organização tem cuidado dos diferentes estados de ânimo dos indivíduos e das equipes para, assim, deixar fluir as mais diversas emoções, ao invés de todos ficarem presos a algumas delas? Aproveitar toda a potência de sentimentos como alegria, tristeza, gratidão, raiva, medo, ternura ou entusiasmo pode mexer com todos, com resultados incríveis.
Ficou interessado no tema? Está com medo do que pode sair desta reflexão? Vamos bater um papo? É um assunto fascinante e, pessoalmente, tenho me dedicado a ele. Internamente e com as equipes de diversas empresas.
Para terminar, se você tem dúvidas da importância de fluir nas diferentes emoções, mesmo as ditas “negativas” (vale ressaltar, isso não existe!), recomendo muito assistir ao filme “Divertidamente”.
Grande abraço! Ubuntu!
Eduardo Seidenthal